As famílias precisam entender que limite e justiça não são falta de amor e tem que ser estabelecido desde a primeira infância.
Depois que a criança completar os seis, sete anos, o caráter já terá seus fundamentos e ninguém colhe o que não plantou.
Fechar os olhos quando os pequenos cometem "artes" implicará em adolescentes injustos irresponsáveis, jovens e adultos imaturos.
A criança precisa ter uma rotina. Horário para acordar, estudar, ajudar a família dentro dos limites dela, como guardar seus brinquedos, comer e demais atividades.
Se a mesma comete erro precisa ser corrigida, ou vai entender que tudo é normal. Corrigir não é espancar, mas precisa demonstrar mudança de comportamento.
Se a família recebe um comunicado da escola, precisa discutir o problema e não se revoltar contra a mesma, pois na escola, as crianças tomam atitudes que normalmente, não tomariam na frente dos pais.
Muitas famílias ao invés de buscar ajudar os filhos se voltam contra a escola, ameaçam os educadores e o resultado é que os pequenos aprendem com os pais a desrespeitar a hierarquia e desenvolvem o sentimento de impunidade.
Observamos em nossa escola que parte dos adolescentes, não tem senso de justiça e limites, agridem, humilham e ameaçam colegas.
Não tem respeito pelos educadores, entram a hora que querem na escola, não trazem material, pulam muro, matam aulas, perturbam a sala de aula e ainda ironizam pais e educadores sem o menor constrangimento.
Conversando com famílias percebemos que esses adolescentes, não fazem nada dentro de casa, mesmo em lares humildes, acordam a hora que querem, dormem quando tem vontade, não tem nenhuma tarefa para cumprir, ficam na internet até tarde, vivem sem limites.
Outros até fazem alguma coisa, mas se a escola emite algum comunicado disciplinar alguns pais ainda se voltam contra a escola.
A situação é muito grave! Os educadores estão adoecendo e desistindo porque além da desvalorização profissional ainda tem que se preocupar em fazer o que as famílias não fazem e ver o que parte dos pais insiste em não enxergar.
Sem limites e senso de justiça o futuro desses jovens ficará comprometido, pois um dia deixarão de ser aluno da escola, mas continuarão sendo filho e a sociedade não tem espaço reservado para pessoas irresponsáveis, injustas, sem formação e acadêmica de qualidade.
É fundamental que as famílias sejam parceiras da escola para que seus filhos sejam pessoas equilibradas e equílibrio só tem pessoas que em sua educação familiar desenvolveram o conceito de limites e justiça.
Infelizmente a escola perdeu sua autonomia e está cada dia pior, pois diante de situações limítrofes fica de mãos atadas e os alunos que querem estudar sofrem com as arbitrariedades cometidas por colegas.
Infelizmente a escola perdeu sua autonomia e está cada dia pior, pois diante de situações limítrofes fica de mãos atadas e os alunos que querem estudar sofrem com as arbitrariedades cometidas por colegas.
Finalizo afirmando como é do conhecimento de todos que a liberdade de um termina onde começa a do outro. E que o Estado brasileiro precisa rever as Políticas Públicas para a Educação se pretender formar pessoas capazes de seu auto gerir e ao país.
Rosemary Calazans Lopes - Pedagoga do Vespertino da EEEF "Maria Penedo de Valparaíso. Serra, ES.
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